1. |
Medicação Errada
03:52
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Eu tomei a medicação errada, e agora estou preso
ileso, no meu próprio quarto
Enganado por pílulas brancas que pareciam amarelas dependendo da luz
Caixas brancas com nomes difíceis me seduzem
Eu não sei dizer, não consigo explicar porque vai aparecer
Outra vez
Eu tomei a decisão errada, e agora estou jogado
Largado no asfalto, inconsciente
Na mão de gente que é indiferente, me ajudam, mas julgam
E eu sei que nunca irão saber, a diferença entre ser e poder
Quem me fala outra história, preenche a falta de memória
A vergonha não vai passar, não mais sonhar vai me salvar
Apagado, ele está lá, no meu corpo, no meu lugar
Mas eu posso, e eu vou tomar, o que é meu, e sempre foi
E nunca mais lhe deixar voltar
(O que fazer quando o inimigo não é mais que você mesmo?)
Mas já posso entender, e posso fazer com que ele não vá aparecer
Outra vez
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2. |
Delírio Ideal
03:48
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Inconsciente mente aflita que me faz delirar
Por uma nova descoberta entres as cores tuas
Inconsequentemente já se deu
Pra inconsistência enamorada destes lábios teus
Perfeitamente desenhados na minha cabeça
Me poetisa, me faz romantista
Poeta munido de palavras repetidas
Desconcertado, sem palavras representativas
Eu não te encontro em olhares distantes
Desilusões nunca fizeram bons amantes
Miragens suas são constantes em meus desejos carnais
Minhas entranhas não aguentam mais
Gestos e amores são cotados como anomalias
Paixão e sentimentalismo sentenças vazias
Mas eu prefiro mergulhar em seus braços cegos
Dançar vendado sobre vidro moído e pregos
Prefiro me entregar
Refrão
Desfaz minha serenidade, minha nitidez
Dessa mania embebedada que ja me desfez
Quebra a garrafa no meu peito alcooliza as ruas
Pelas sarjetas me abrace e me aponte pra lua
Agarre meu corpo suado, embriagado e me dê a quem amar
Desressaque meu mar
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3. |
Galpão
04:07
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Eu estive encarcerado dentro de um galpão
Em meio ao caos do medo e falta de direção
Eu estive encurralado entre a dor e o fim
Eu quis cair ao chão e chorar até que percebi
Que isso não depende só de mim
Todas as lágrimas ao chão
Inundando o galpão
Todo nosso esforço em vão
As batidas no portão
E a voz do medo que grita a pedir
Eu quero sair
E o desespero toma conta do si
Eu tenho que sair
E a voz que eu finjo não ouvir
Devo sair?
Até que eu lembro que eu só uma parte
Eu não posso sair
É difícil apontar culpado
Eu, você, nós, o Estado
A violência do seu lado
De onde ela vem?
A qualquer momento, a todo instante
Sempre hesitante
Nosso espírito errante
Sobre o que é o mal e o bem
E a inocência de uma criança, a esperança, de onde vem?
O bem que deve ser feito por bem mais do que só poder dormir em paz...
É tudo que eu preciso
Retire os sacos do chão
E abra a merda do portão
Nosso esforço não é em vão
Toda luz vem da escuridão
E tudo o que me move, e tudo o que me toca
Isso não morre aqui
E nada mais importa, se algo, reforça
Tudo aquilo que eu já cri
E nunca vou deixar de crer
O que a vida dá você pega e tenta transformar em algo bem melhor
Porque melhorar é hoje tudo o que a gente mais precisa
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4. |
Apagão
03:13
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A cidade apagou
Mas tá tudo bem
A noite me levou
Mas as estrelas também
E se eu olhar pra alguma sem piscar
Vou ver, talvez, seu rosto em lágrimas mais uma vez
Eu tenho a culpa
Sempre hei de ter
Mas a boa intenção por baixo
é o que eu estou tentando lhe fazer ver
Quem sabe entender
Que pensar é sem fim, quando o que procuras esteve sempre dentro de ti
Caminhe no escuro, sem aparecer
Quando eu lhe sinto mesmo sem te ver
E deixe a noite te levar também
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5. |
Antiética
03:21
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A minha sexualidade é tão volátil
O que desejo é totalmente instável... Impalpável
E os meus gêneros tão inconstantes são... em constante transição
Sem validação, invalidados pela pretensão
De ter identificação... ter aceitação...
Ser numerado, pendurado... de ponta cabeça ao lado
Despedaçado, servido, embalado
Eu sou aborto espontâneo, placenta momentânea...
Eu tenho a cura da necrose aguda
Nesse espaço craniano... anencefalizado...
Então injeta, cheira, escuta...
Pensa, para, não há cura... pra sua loucura, surta...
Só aceita o que existe além... da tua postura...
Pois ter identificação, ter aceitação...
Ser numerado, pendurado... de ponta cabeça ao lado...
Despedaçado, servido, embalado
É meu direito
(É meu direito de permanecer calado)
É meu direito
(É meu direito)
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AntiÉtica Rio De Janeiro, Brazil
Da zona norte carioca pro mundo!
Banda punk/alternativo idealizada por uns mlks nada a ver
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